quinta-feira, 29 de abril de 2010

A mulher e o acesso ao poder

A distribuição desigual de poder nas relações de gênero marca a vida de mulheres e homens de forma complexa e cria inúmeras situações que dificultam o exercício pleno da cidadania pelas mulheres, com conseqüências diretas para a conquista de sua autonomia e para sua participação em processos de tomada de decisão, tanto no âmbito privado quanto no público. A pouca inserção das mulheres em instâncias de poder não decorre da capacitação, tanto que os níveis de escolaridade formal das mulheres brasileiras é superior ao dos homens. Esta situação ocorre principalmente em decorrência da existência de uma cultura patriarcal que permeia nossa sociedade, colocando a mulher em estado de subordinação. Por exemplo, as mulheres participam ativamente dos movimentos populares e sindical e são militantes dos partidos políticos, entretanto, raramente ocupam suas instâncias de decisão. Cabe ressaltar que as mulheres não brancas, igualmente qualificadas, enfrentam ainda o preconceito racial.
Mesmo representando a maioria do eleitorado, poucas mulheres se candidatam e são eleitas para cargos públicos. Poucos dias após as eleições municipais de 2008, a Folha de São Paulo publicou uma reportagem sobre o nível de aproveitamento das candidaturas femininas. A matéria informa que, segundo dados do IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal), nenhum partido conseguiu atingir a cota de 30% de candidaturas femininas.
Embora totalizem 51% do eleitorado, as mulheres representaram 7,54% das 14.806 candidaturas a prefeito/a e conquistaram 5,7% das 5.559 prefeituras. Uma análise publicada na última edição do boletim do Cfemea[8], indica que a quantidade de mulheres eleitas manteve-se estável desde a adoção do sistema de cotas, em 1997.

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Ana Barbosa